Se tem uma estória que mereça uma adaptação contemporânea e caprichada no cinema é O retrato de Dorian Gray. No passado, o romance ganhou às telas preto e branco na filmagem de Albert Lewin em 1945. Dorian usava bastante gel no cabelo e não estava em sua plena beleza física. Sybil Vane era uma mulher de trinta e poucos anos. Lorde Henry não era nem charmoso, nem divertido. Mas como todo filme antigo tem seu encanto. Melhores cenas do filme são: o assassinato de Basil Hallward que vemos com o auxílio das sombras dos atores; o assassinato do retrato, decididamente, o melhor efeito do filme. Em 1973, esta obra-prima de Oscar Wilde ainda ganhou outra versão feita para TV com Shane Briant (O amante de Lady Chatterly).
Agora, parece que, finalmente, veremos uma versão cinematográfica "digna" da obra. Está em fase de pós-produção o filme Dorian Gray de Oliver Parker, responsável por outras bem sucedidas adaptações de Wilde como Marido Ideal (1999) e a Importância de ser Ernesto (2002). O elenco, muito bem escalado, tem Colin Firth (O Diário de Bridget Jones, Mamma Mia!) no papel de Henry Wotton, Ben Barnes (Crônicas de Nárnia - Princípe Caspian) como o personagem título e Rachel Hurd-Wood (O perfume) como a inocente Sybil Vane.
Para quem não conhece o enredo do livro, Dorian Gray é um jovem de rara beleza que inspira o sensível pintor Basil a fazer seu retrato. Através da influência perversa, porém irressitível, de seu novo amigo Lord Henry, Dorian realiza um pacto com o retrato cuja aparência passa a envelhecer e degradar-se em seu lugar. Enquanto isso, ele se entrega a todos os tipos de vícios e prazeres sem levantar suspeitas. A leitura é marcada pelo humor ácido e hilário de Lord Henry sobre a hipócrita sociedade londrina do século XIX.
Nenhum comentário:
Postar um comentário