sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nietzsche de novo?



Sim. E agora no Jerimum Beta. Foi um moído (muído) muito grande pra se gravar o podiqueste lá postado hoje. Jamais gravei algo daquela natureza e sobretudo publicar assim, na internete. Eu gostei do resultado, embora tenha ficado paralisado quando disseram: agora fale! Mas enfim, saiu alguma coisa. Continuo achando esquisito ouvir podiquestes e no caso do lançado hoje tem agravante de ouvir a própria voz o que, na minha opinião, é uma das experiências mais lesas que já vivi. Todavia, eu quero fazer a ressalva e dizer que o negócio ficou muito bom. Rapaz, porque pra quem estava de dentro e participou, a edição e a arrumação dos diálogos ficou muito massa. Eu poderia até afirmar que ficou outra conversa, até para mim, só que igual à não-editada. Elogio o trabalho de João Neto pela paciência com a montagem e a Zé Márcio e Rondinelly pelas sugestões de emendas e desemendas das falas.

Além do que, o assunto é danado, sejamos sinceros. Danado de verdade. Não é todo dia que se fala em Nietzsche e no Cristianismo tentando desenrolar o nó dado tanto em torno do próprio Nietzsche como do Cristianismo. E para quem gostou, eu queria quebrar o sigilo (se o há, pois não colocaram esse aviso no Jerimum) e dizer que a segunda parte dessa conversa sairá em breve. Bem mais breve do que para a primeira ter ido ao ar.

Pra fechar, só sei que algumas coisas deixamos de fazer na gravação. Uma delas, seria talvez ler passagens de textos. Lamentei o fato de ter esquecido uma menção ao livro de Albert Camus, O Homem Revoltado, onde ele afirma claramente que Nietzsche é cristão nos termos em que foram postos nas nossas falas e também pela proximidade gritante entre o existencialismo e o cristianismo de Cristo e também dos textos "canônicos" para além dos evangelhos. O fim último não é demonstrar o deserto da existência, segundo Camus. Isso é muito simples até. Muitíssimo mais difícil é viver nesse deserto sabendo que ele é um deserto e construir as coisas num deserto, com a perspectiva sempre de que construiremos para habitar um deserto e mais: tentar tornar a vida aí algo digna de se viver ao ponto de qualquer indivíduo poder afirmar, para si e para os outros, que vale a pena exercer minha vida e meus desejos neste lugar e entre todos vocês. Matamos a Deus não por simplesmente matá-Lo, mas para fazer da culpa que carregaremos por esse assassinato algo proveitoso para os próximos tempos.

Retificando: sim, na apresentação do próprio podiqueste, João Neto diz que há uma segunda parte do negócio e que sairá depois. Erro de atenção meu.

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