segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Poeta e o poeta



Eu tentei buscar na internet, um conto de Oscar Wilde que eu tinha lido - acho que quando fazia oitava série, por aí - chamado O poeta. O livro era da biblioteca da UFCG e tinha além desse outros contos mais famosos do escritor como Célebre Foguete, O Bom Amigo e O Princípe Feliz, (esse último faz todo mundo chorar!) traduções preciosas de Mário Lago. Então, eu fiquei com a estória do conto na cabeça (O poeta), querendo ler de novo pra tentar lembrar completamente, igual o que acontece com uma música (a gente fica larara larara, como um chiclete, são os memes!) até que a escutemos inteira. E na internet não achava nada sobre, e comecei a duvidar da existência dessa estória.
Por fim, do que lembro dizia assim 'numa pequena vila havia um poeta que todos os dias ia passear no bosque.
Ao retornar, as crianças logo viam lhe perguntar o que ele tinha visto e ele falava de criaturas mágicas, elfos, faunos e fadas e descrevia-os com riqueza de detalhes sua aparência, seus modos, suas falas (aí ele descrevia muito essa parte, quem já leu Wilde sabe como é o lado esteta dele).
Um dia ele vai ao bosque e se depara com elfos, faunos, fadas e etc.
Voltando à vila, as crianças logo lhe indagam - o que poeta tinha visto?
E ele responde: - Hoje? Hoje não vi nada.
Assim, em um conto está resumida toda a essência de Wilde. O artista para ele era um ser de imaginação. Esse era o artista que ele era. Mais tarde, egresso da prisão, suas tentativas de escrever sobre seus próprios dramas foram inutéis, frustrantes. A realidade era uma contaminação. O realismo era a pobreza da literatura.

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