terça-feira, 15 de abril de 2008

Bibliotecas públicas de Patos - Parte I

Você gosta de ler e não sabe onde os livros estão? Acha que um livro serve para algo mais que um simples calço da sua geladeira? Você gostou de ler algo (emprestado de alguém) e queria ler outra coisa, mas não tem grana pra comprar? Então isto é para você.



Sabemos que há muitos leitores em Patos – sejam eles universitários ou mesmo pessoas já bem iniciadas no gosto pela literatura – que não fazem idéia de que aquele livro difícil está mais próximo do que se possa imaginar. Próximo sim, mas talvez não tão acessível. As políticas das bibliotecas públicas de Patos mais afastam que atraem os leitores, e talvez seja essa a razão de desconhecermos tanto os nossos acervos, de forma que mal ouvimos falar em alguém que freqüenta esses espaços. Algumas bibliotecas possuem títulos de encher os olhos, mas que não oferecem tanta facilidade ao leitor. Um exemplo disto é o caso do Instituto Histórico e Geográfico de Patos – aquele ali na praça João Pessoa. Ou é Edivaldo Mota? Enfim! Na praça do CEPA –, que, se seguisse o espírito dos IHG’s do Brasil, promovendo a cultura e a difusão do saber de modo a contribuir no fortalecimento da identidade nacional, deveria abrir as portas de sua biblioteca ao público em geral. No entanto, os sócios são os únicos a quem é permitido levar livros para casa e sustentam essa atitude em função, segundo eles, do zelo pelo que dispõem. Concordamos que eles tenham essa autonomia, já que não existe o caráter de coisa pública por lá. Mas, e quando esse argumento do zelo excessivo é sustentando por todas as bibliotecas públicas da cidade que conhecemos? A própria Biblioteca Municipal, que, segundo muitos, é uma das meninas dos olhos do vereador José Mota Víctor, também sequer permite a locação de qualquer de seus títulos!

Claro que ouviram-se rumores de que isso estava para mudar e que iriam implementar um sistema de cadastro de controle que daria a chance a um sujeito de pegar um livro e passar ao menos uma semana com ele. Chega a dar pena do indivíduo que queira ler Guerra e Paz ter de sentar-se a uma daquelas mesas durante vários e muitos vários dias. Ou seja, ela é pública pela metade. Além disso, a catalogação e organização das obras é precária, e isso dificulta também o acesso - como ocorre na Fundação Ernani Sátiro, aquela, que ninguém sabe que existe, próxima a sede do bloco Baicora. Chegamos a ver lá uma sala decrépita que menos parecia um lugar de leitura, estava mais para sala de alcance das graças, onde os romeiros vão deixar pernas e braços mecânicos, vidros com coisas verdes ou amarelas dentro para provar que o santo obrou mesmo um milagre. A julgar pelos títulos, há lá uma boa biblioteca, de acervo interessante. O negócio é que quem quiser ler, primeiro tem que contar um pouco com a sorte de achar a sala aberta, e chegar cedinho pela manhã, se realmente quiser ler alguma coisa só até o meio-dia, já que de tarde não há expediente.

Como esse é um assunto que rende bastante, o Soda Cáustica dará início a uma série de comentários sobre as bibliotecas públicas de Patos, ajudando assim a você, caro leitor, a se orientar melhor com relação aos acervos do município: onde encontrá-los, os problemas de cada um, acessibilidade, títulos e autores, estado de conservação, enfim! o que quer seja tido como relevante. Esperamos que você goste.

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